Em 1926, o Governador do Estado do Amazonas, Ephigênio Sales, negocia com o governo japonês a concessão de 1 milhão de hectares para ser utilizada em um projeto de colonização e exploração agrária com cultivos que pudessem suprir a carestia deixada pelo declínio do comércio da borracha.
Em 26 de outubro de 1926, pela Lei nº. 1.309 do Estado do Amazonas, essa proposta foi oficializada e ficou conhecida como a Concessão de Terras.
No dia 11 de março de 1927 o empresário japonês Guenzaburo Yamanishi e o ex-funcionário da embaixada e consultor jurídico Kinroku Awazu receberam a concessão intermediada pelo embaixador Shitita Tatsuke. O contrato impunha a condição para a escolha da área e prazo para a colonização de 2 anos. O contrato Yamanishi-Azawu não progredia em função da forte crise financeira mundial, então procuraram o Deputado e Vice-Ministro Parlamentar da Fazenda Tsukasa Uetsuka para solicitar-lhe colaboração integral.
Uetsuka recebeu uma verba de auxílio do Ministério das Relações Exteriores Japonês de 25.000 ienes e despachava a primeira missão de pesquisa para o projeto de colonização da amazônia em fins de agosto de 1928. Além dos técnicos Katsuki Terada, Isamu Miwa e Fumio Souma, também juntou-se à missão Kinroku Awazu, no Rio de Janeiro, entrando na Amazônia em dezembro. Nesta missão, conseguiram demarcar até o dia 11 de janeiro de 1929, uma área de 300.000 hectares de terras devolutas como primeira parte do Contrato de Terras, próximo a cidade de Parintins e conseguiram prorrogar o prazo da demarcação por mais dois anos.
O governo japonês tinha interesse nos projetos de emigração e apoiou integralmente, assim Uetsuka obtinha um novo auxílio de 50.000 ienes do governo japonês e resolveu despachar a segunda missão que foi chefiada pelo próprio Uetsuka. No dia 07 de junho de 1930, a segunda missão partiu do Porto de Kobe, no navio recém construído Rio de Janeiro Maru, chegando ao Rio de Janeiro em 10 de setembro onde mais 21 membros se juntaram à missão, dos quais peritos agrícolas, arquitetos, agrimensores, meteorologista, físico e diversos jovens colonos se destinaram ao Amazonas.
No Amazonas, a equipe visitou várias localidades a bordo do navio Gertrud, cedido pelo Governo do Amazonas (Figura abaixo).
Após várias pesquisas foram escolhidos mais três lotes de terras devolutas totalizando os 700.000 hectares restantes, situados do lado sul do rio Amazonas, entre a cidade de Manaus e a fronteira do Pará. Para ser a sede do Projeto, Uetsuka escolheu a Vila Batista que por não ser floresta nativa (era uma antiga Fazenda) estava excluída da concessão. Desta forma, Uetsuka comprou a vila com os próprios recursos. Como resultado escolheu-se a colônia com 1 milhão de hectares com centro em um ponto entre as cidades de Parintins e Itacoatiara e, ao mesmo tempo, adquiria a colônia Vila Batista localizada à jusante de Parintins, por estar situada na confluência do Paraná do Ramos e o rio Amazonas, para estabelecer alí o centro de operações, denominando-a Vila Amazônia.
Foi escolhida a confluência do Rio Amazonas com o Paraná do Ramos, tanto pelo ponto de vista de escoamento quanto pela presença de vastas áreas e terrenos aluvionais - as várzeas que são alagadas temporariamente e permitem o desenvolvimento de culturas rápidas (juticultura) e as áreas de terra firme para o desenvolvimento de culturas permanentes como a castanha do Brasil.
No dia 21 de outubro de 1930, na Vila Amazônia, é realizada a cerimônia do início do projeto com a participação de várias autoridades como o Prefeito de Parintins (Francisco Araújo), o Presidente da Câmara Municipal (João Mendes) e outras autoridades.
Neste evento é fundado o Instituto Amazônia e lançada a pedra fundamental da construção de um Departamento Agrícola (estação experimental de agricultura), um Departamento de Medições Meteorológicas (observatório meteorológico), um Hospital e um Centro de Treinamento Empresarial com a Escola de Agronomia Industrial. Foi nomeado como Superintendente do Instituto o Sr. Kinroku Awazu.
No mês de novembro de 1930, em Manaus, o Sr. Uetsuka, recebe do Interventor do Estado do Amazonas, o Sr. Álvaro Botelho Maia a assinatura com a autorização da Concessão de Terras de 1 milhão de hectares.