O patriarca da família Nakai nasceu na província de Sakaide-shi em kagawa-ken/Japão, em 26 de novembro de 1913. O segundo filho do casal Kisoji e Kisa Nakai deixa o seu país de origem no ano de 1934.
Para ingressar no Projeto de Imigração o candidato deveria ter como qualificação o nível médio.
A partir da conclusão do curso médio, Kenmei Nakai, estava apto para compor o Projeto e o segundo passo a cumprir era a fase preparatória que incluia a formação na Escola Superior de Colonização do Japão (NIPPON KOUTOU TAKUSHOKO GAKKOU) em Noborito, Tokyo, (Figura abaixo) com estudos e treinamento, além de realizar um ano de estágio para treinamento real no Centro de Treinamento Empresarial anexo ao Instituto de Pesquisa de Produção da Amazônia em Parintins/AM.
Kenmei Nakai graduou-se na 3ª turma da Escola Superior de Colonização do Japão, juntamente com outros 71 colegas, em 1933 e, realizou o estágio na Colônia Modelo de Andirá, situada a aproximadamente 40 km ao longo da margem do rio Ramos, pois a partir da 3ª turma os koutakuseis eram encaminhados diretamente para a Colônia.
Apesar de se formar na 3ª turma, no entanto, só veio para o Brasil na 4ª turma. Na Figura abaixo é mostrada a colação de grau da turma de Kenmei Nakai (a 3ª turma) na Escola Superior de Colonização do Japão, em Noborito.
Kenmei Nakai, solteiro, embarcou no dia 18 de abril de 1934, do porto de Yokohama/Japão com 20 anos de idade (Figura abaixo), no navio Buenos Aires Maru (Figura abaixo) e depois de navegar por 44 dias aportou no dia 1º de junho de 1934 no Rio de Janeiro/Brasil, mas, chegando na Vila Amazônia/Parintins somente no dia 29 de junho de 1934 às 03h30 da madrugada, pelo navio brasileiro Santos.
Ao adentrarem terras brasileiras o desembarque era realizado no Rio de Janeiro, onde mudavam para um navio brasileiro, tinham ainda pela frente 6.572 km de navegação até Manaus, com paradas em quase todos os portos nacionais (TSUCHIDA, 1978). As passagens para a vinda ao Brasil eram custeadas pelo governo japonês desde 1925, com o objetivo de estimular a imigração.
Ao chegar à Vila Amazônia, Kenmei Nakai, juntamente com 44 formandos da 4ª. turma, foram todos reunidos e, posteriormente divididos em 2 grupos e transferidos para o Distrito Santa Luzia, da Colônia Modelo de Andirá (Figura abaixo), este fato ocorreu entre os dias 2 e 5 de julho de 1934.
Na Colônia Modelo de Andirá, Setor Santa Luzia, Kenmei Nakai cultivou arroz, juta e hortaliças dentre outras.
A vida no início foi bastante árdua, Kenmei Nakai assim como os demais alunos tiveram que implantar toda a infraestrutura no local, pois era inexistente. A partir da construção de estradas, pontes, caixas d’água, roças e casas. Uma dessas estradas foi a que dava acesso a Colônia Modelo de Andira, permitindo o escoamento da produção agrícola e da juticultura.
Nessa Colônia Kenmei Nakai viveu até se casar com a brasileira e filha de um dos 10 funcionários brasileiros da Companhia Industrial Amazonense - CIA do Brasil, o professor de português José Elias Caldas.
O casamento ocorreu no dia 27 de julho de 1940 na Vila Amazônia Kenmei com 27 anos e Josefina com 19 anos. Desta união nasceram os filhos e deram início ao seu legado.
Após a expulsão dos japoneses da Vila Amazônia, em 1942, Kenmei Nakai se estabeleceu na margem esquerda do rio Amazonas, próximo à Serra de Parintins na localidade chamada São Raimundo (boca do jacaré). Em São Raimundo, o Koutakusei viveu e construiu o seu patrimônio como comerciante e pecuarista, por aproximadamente 20 anos com a família que construiu com Josefina e lá tiveram 6 dos 9 filhos até se mudarem para sede do município de Parintins na década de 1950.
O casal Kenmei-Josefina Nakai permaneceram juntos até março de 1974, data de falecimento de Kenmei Nakai.
O maior patrimônio deixado por Kenmei Nakai foi a família que construiu e, a partir desse importante legado, com muito orgulho tem a missão de resgatar, perpetuar e valorizar a bonita história que iniciou em solo japonês e resplandece em terras amazônicas.
Sua genealogia caracteriza a importante participação, perpetuação e valorização da cultura nipônica que marca sua presença em terras amazônicas e território brasileiro.
Os representantes da família são praticantes dos seguintes hobbies.